terça-feira, janeiro 09, 2007

73% dos adultos portugueses nunca fizeram o teste da Sida


Estudo desenvolvido pela Coordenação Nacional para a Infecção VIH/sida e pela Apifarma revela que apesar de um reconhecimento da SIDA enquanto problema de saúde pública (89,5%), a maioria da população portuguesa nunca realizou provas para a detecção da infecção VIH/sida. Apenas 26,5% dos inquiridos referem já ter feito o teste da SIDA, sendo que destes 47% o fez por iniciativa própria. Numa acção de esforço para alterar esta realidade, e criar rotinas de rastreio, a APIFARMA e a Coordenação Nacional para a Infecção VIH/SIDA – Alto Comissariado da Saúde, acabam de assinar um protocolo de cooperação do qual irá resultar uma campanha de sensibilização no âmbito do diagnóstico da infecção VIH/sida.

O estudo teve como principal objectivo avaliar a percepção dos portugueses em relação à SIDA, o grau de preocupação com o problema, formas de transmissão, reconhecimento do risco inerente e conhecimento das plataformas de apoio e informação sobre o vírus. A generalidade dos inquiridos (89,5%) demonstra reconhecer a infecção VIH/sida enquanto um real problema de saúde pública e 85,1% afirma preocupar-se de facto muito com este problema.
O posicionamento dos inquiridos face à realização do teste da SIDA reflecte-se ainda no que respeita a quem deve realizar o diagnóstico. 47,3% da amostra considera que toda a população deveria fazer o teste, sendo que os restantes inquiridos consideram que devem ser apenas os toxicodependentes e a população mais vulnerável a realizá-lo. O estudo levado a cabo pela Marktest analisou ainda o conhecimento dos inquiridos face aos Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH (CADs), verificando um crescimento do número de pessoas que estão informadas sobre estes locais, face a 2005 (57,7% em 2005 e 61% em 2006).

Para Henrique Barros, Coordenador Nacional para a Infecção VIH/sida, “A criação de uma rotina de diagnóstico na população, além de constituir uma acção preventiva à transmissão do VIH, permite também tratar mais cedo, conseguindo-se assim maior qualidade e esperança de vida nas pessoas VIH positivas, bem como obter um conhecimento epidemiológico da doença mais próximo da realidade”.

97,5% da amostra refere ainda as relações sexuais desprotegidas como a principal forma de transmissão do VIH, destacando-se o facto de ainda existirem preconceitos face à forma de contágio, tendo 5% indicado o aperto de mão e o abraço como uma forma de transmissão.

A SIDA, provocada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), entra no organismo através do contacto sexual desprotegido com uma pessoa infectada, contactos sanguíneos, e da mãe infectada para o filho, apesar desta última forma de transmissão poder ser evitada mediante diagnóstico e tratamento precoce. Ao entrar no organismo o VIH ataca o sistema imunológico, tornando a pessoa infectada (seropositiva) permeável a outras doenças, as chamadas infecções oportunistas.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Educação Sexual nas escolas em Portugal


A SITUAÇÃO EM PORTUGAL A 3O DE JUNHO DE 2006

Encontram-se notificados 29 461 casos de infecção VIH / SIDA nos diferentes
estadios de infecção.
Como elemento comum a todos os estadios, verifica-se que o maior número de
casos notificados (“casos acumulados”) corresponde a infecção em indivíduos
referindo consumo de drogas por via endovenosa ou “toxicodependentes”,
constituindo 45,5% (13 426 / 29 461) de todas as notificações. O número de casos
associado à infecção por transmissão sexual (heterossexual) representa o segundo
grupo com 36,9% dos registos e a transmissão sexual (homossexual masculina)
apresenta 11,8% dos casos; as restantes formas de transmissão correspondem a
5,8% do total. Os casos notificados de infecção VIH /SIDA, que referem como forma
provável de infecção a transmissão sexual (heterossexual), apresentam uma
tendência evolutiva crescente importante. No 1º semestre de 2006, a categoria de
transmissão “heterossexual” regista 55,9% dos casos notificados (PA, Sintomáticos
não-SIDA e SIDA).
O total acumulado de casos de SIDA em 30 de Junho de 2006, era de 13 167,
dos quais 443 causados pelo vírus VIH2 e 184 casos que referem infecção
associada aos vírus VIH1 e VIH2. Em 86 casos de SIDA, o tipo de vírus da
imunodeficiência humana ainda não nos foi comunicado, obedecendo no entanto
estes casos aos critérios de classificação.
Os casos de SIDA apresentam a confirmação do padrão epidemiológico registado
anualmente desde 2000. Verifica-se um aumento proporcional do número de casos
de transmissão heterossexual e diminuição (proporcional) dos casos associados à
toxicodependência. Desde 1999, observa-se que são notificados com maior
frequência casos de SIDA, em grupos etários superiores (45 – 54 anos).
Os “ Portadores assintomáticos”, são predominantemente jovens com mais de 15
anos e indivíduos até aos 39 anos, constituindo o maior número de casos
notificados (76,8%) neste grupo. Constatamos o elevado número de casos de
infecção VIH assintomáticos, associados principalmente a duas categorias de
transmissão: “toxicodependentes”, representando 44,6% do total de PA notificados,
bem como “heterossexuais” (40,0%).
Os “Casos sintomáticos não-SIDA” constituem um grupo com menor número de
casos, cujas características epidemiológicas, em relação aos principais parâmetros,
seguem o padrão epidemiológico anterior. Neste grupo, 39,5% correspondem a
indivíduos “toxicodependentes” e 38,8% a casos na categoria de transmissão
heterossexual; a tendência evolutiva anual apresenta valores proporcionais
crescentes nesta última categoria, entre 2000-2002.
Os quadros e os gráficos que apresentamos caracterizam a situação em Portugal,
de acordo com os dados disponíveis no CVEDT, incluindo a situação referente aos
casos de infecção VIH assintomáticos e de sintomáticos não-SIDA. A análise
segundo os principais aspectos epidemiológicos, clínicos e virológicos, é
apresentada separadamente para cada estadio da infecção, por corresponder a
situações distintas.

Entre 1 Janeiro e 30 de Junho de 2006 foram recebidas no Centro de Vigilância
Epidemiológica das Doenças Transmissíveis, notificações de 1 173 casos de
infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, assim distribuídos:
465 casos de SIDA correspondendo aos critérios da classificação epidemiológica
OMS/CDC, dos quais 397 casos foram notificados em 2006 e 68 casos
notificados em anos anteriores, mas recebidos em 2006. Destes casos (465),
somente 163 foram diagnosticados no 1º semestre de 2006.
119 casos classificados como sintomáticos não-SIDA ( 103 casos notificados em
2006 e 16 casos notificados em anos anteriores e recebidos no corrente ano);
589 casos de Portadores Assintomáticos (PA) ( 496 casos notificados em 2006 e
93 casos com data de notificação de anos anteriores mas recebidos neste
semestre).
Para os 359 casos de infecção VIH e SIDA diagnosticados no primeiro
semestre de 2006, a distribuição de acordo com as principais categorias de
transmissão e o estadio é a seguinte:
* Heterossexuais (202): 89 casos de SIDA; 24 casos sintomáticos não-SIDA;
89 casos de PA;
* Toxicodependentes (100): 52 casos de SIDA; 10 casos sintomáticos não-
SIDA; 38 casos de PA;
* Homo/Bissexuais (45): 15 casos de SIDA; 5 casos sintomáticos não-SIDA,
25 casos de PA.
As notificações que correspondem a casos diagnosticados em anos anteriores mas
só agora notificados, incluem-se nos respectivos anos de diagnóstico, de acordo o
estadio de evolução da doença (PA, Sintomáticos não-SIDA e SIDA) segundo as
diferentes categorias de transmissão.

Para os 359 casos de infecção VIH e SIDA diagnosticados no primeiro
semestre de 2006, a distribuição de acordo com as principais categorias de
transmissão e o estadio é a seguinte:
* Heterossexuais (202): 89 casos de SIDA; 24 casos sintomáticos não-SIDA;
89 casos de PA;
* Toxicodependentes (100): 52 casos de SIDA; 10 casos sintomáticos não-
SIDA; 38 casos de PA;
* Homo/Bissexuais (45): 15 casos de SIDA; 5 casos sintomáticos não-SIDA,
25 casos de PA.