A 31 de Dezembro de 2006, encontram-se notificados 30 366 casos de infecção VIH / SIDA nos diferentes estadios de infecção.
A análise, segundo os principais aspectos epidemiológicos, clínicos e virológicos é apresentada separadamente para cada estadio da infecção, por corresponder a situações distintas. Como elemento comum a todos os estadios, verifica-se que o maior número de casos notificados (“casos acumulados”) corresponde a infecção em indivíduos referindo consumo de drogas por via endovenosa ou “toxicodependentes”, constituindo 45,0% (13 684 / 30 366) de todas as notificações, reflectindo a tendência inicial da epidemia no País.
O número de casos associados à infecção por transmissão sexual (heterossexual) representa o segundo grupo com 37,5% dos registos e a transmissão sexual (homossexual masculina) apresenta 11,9% dos casos; as restantes formas de transmissão correspondem a 5,6% do total. Os casos notificados de infecção VIH/SIDA, que referem como forma provável de infecção a transmissão sexual (heterossexual), apresentam uma tendência evolutiva crescente importante.
No segundo semestre de 2006, a categoria de transmissão “heterossexual” regista 51,5% dos casos notificados (PA, Sintomáticos não-SIDA e SIDA).
O total acumulado de casos de SIDA em 31 de Dezembro de 2006, era de 13515, dos quais 449 causados pelo vírus VIH2 e 189 casos que referem infecção associada aos vírus VIH1 e VIH2. Em 83 casos de SIDA, o tipo de vírus da imunodeficiência humana ainda não nos foi comunicado, obedecendo no entanto estes casos aos critérios de classificação.
Os casos de SIDA apresentam a confirmação do padrão epidemiológico registado anualmente desde 2000. Verifica-se um aumento proporcional do número de casos de transmissão heterossexual e consequente diminuição (proporcional) dos casos associados à toxicodependência.
Os “ Portadores assintomáticos” são predominantemente jovens com mais de 20 anos e indivíduos até aos 39 anos, constituindo o maior número de casos notificados (72,5%) neste grupo. Constatamos o elevado número de casos de infecção VIH assintomáticos, associados principalmente a duas categorias de transmissão: “toxicodependentes” representando 43,7% do total de PA notificados, bem como “heterossexuais” (40,6%). Contudo, analisando os anos 1999-2005, verificamos que o padrão da tendência temporal nos casos assintomáticos regista flutuações da tendência observada, resultante do facto da categoria de transmissão “heterossexual” apresentar valores percentuais diversos entre 1999-2005, em relação ao total de casos notificados em cada ano, enquanto os “toxicodependentes” confirmam a tendência proporcional decrescente.
Os casos sintomáticos não-SIDA (“Complexo Relacionado com SIDA”, na designação clássica) constituem um grupo com menor número de casos, cujas características epidemiológicas, em relação aos principais parâmetros, seguem o padrão epidemiológico anterior. Neste grupo, 39,0% correspondem a indivíduos “toxicodependentes” e 39,6% a casos na categoria de transmissão heterossexual; a tendência evolutiva anual apresenta valores proporcionais crescentes nesta última categoria.
Para os casos diagnosticados entre 2002 e 2006, as proporções nas diferentes categorias de transmissão são variáveis, registando-se para os heterossexuais: 42,9% (2002); 45,4% (2003); 50,6% (2004); 48,0% (2005); 51,5% (2006); para os toxicodependentes: 47,7% (2002); 42,8% (2003); 39,5% (2004); 41,4% (2005); 36,4% (2006), enquanto que para os homossexuais observam-se os valores: 7,1% (2002); 8,6% (2003); 7,8% (2004); 8,5% (2005) e 9,5% (2006).
Todavia, durante o próximo ano, serão ainda recebidas notificações de casos diagnosticados em anos anteriores, originando portanto, uma variação nos valores percentuais acima indicados, alterando, eventualmente, as tendências observadas.