terça-feira, março 18, 2008

Eficácia da terapia de segunda linha


Com melhores medicamentos e mais cuidado, a terapia anti-HIV de segunda linha oferece agora uma grande chance de controlar a carga viral a longo prazo.
Pesquisadores juntaram informações obtidas de 22 estudos coortes no mundo todo.
A análise mostrou que logo depois que a terapia potente anti-retroviral foi disponibilizada, de 1996 a 1997, a incidência de falha virológica, durante a terapia de segunda linha, foi de 114 casos, o que baixou para 42 casos entre 2000 e 2001. Entre 2004 e 2005, a taxa de fracasso do tratamento de segunda linha tinha apresentado queda de somente 15 casos.
Entretanto, apesar desses avanços no controle da carga viral com a terapia anti-HIV de segunda linha, os pesquisadores descobriram que o risco de morte para os pacientes, cujo tratamento de segunda linha fracassou, permaneceu inalterado de 1996 a 2005

Terapia anti-HIV tem bom desempenho nos países em desenvolvimento

Estudos conduzidos nos países onde os recursos são limitados mostram que a terapia anti-HIV vem melhorando os sistemas imunológicos dos pacientes tratados e levando a quedas significativas da mortalidade.
Os estudos demonstraram que os programas de tratamento anti-retrovirais oferecem níveis altos de retenção pelo paciente – em um estudo em Ruanda, mais de 90%, depois de doze meses.
Os pacientes tratados com anti-retrovirais, no estudo de Ruanda, aumentaram bastante suas contagens de células CD4 e um estudo isolado realizado em KwaZulu-Natal mostrou que a mortalidade dos pacientes com tratamento anti-HIV caiu mais de 20%.
Além disso, análises de estudos conduzidos na África, América do Sul e no sudeste da Ásia mostraram que os pacientes que receberam tratamento anti-HIV apresentaram aumentos nas contagens de CD4 depois de cinco anos do início da terapia.

Kaletra uma vez ao dia tão seguro e eficaz quanto tomado duas vezes ao dia

A composição do comprimido do inibidor de protease Kaletra (lopinavir/ritonavir) funciona tão bem dosado uma vez ao dia quanto duas vezes ao dia.
Após um ano, os pacientes tomando os comprimidos do Kaletra (lopinavir 800mg/ritonavir 200mg) uma vez ao dia tiveram a mesma probablilidade de alcançar uma carga viral indetectável quanto os pacientes que tomaram os comprimidos duas vezes ao dia (duas doses de lopinavir 400mg/ritonavir 100mg). O Kaletra foi tomado com o Truvada (tenofovir e FTC ou Emtricitabina).
Os pacientes tomando os comprimidos do Kaletra uma vez ao dia e duas vezes ao dia tiveram aumentos similares em suas contagens de CD4. O medicamento administrado uma vez ao dia não aumentou os riscos dos efeitos colaterais, incluindo a diarréia

Linfomas


Um estudo deu ênfase aos fatores de risco para o desenvolvimento de linfomas em pacientes com tratamento anti-HIV.
Pesquisadores alemães descobriram dois principais fatores de risco: a carga viral detectável, a qual aumentava o risco de desenvolvimento de linfomas de Burkitt ou do tipo Burkitt, e a contagem de células CD4 abaixo de 200 células/mm3, o que aumentava o risco para desenvolvimento do linfoma não-Hodgkin.
Por isso, é muito importante que os pacientes recebam tratamento com o objetivo que suprimir a carga viral aos níveis mais baixos possíveis, afirmou o pesquisador que conduziu o estudo.

Tuberculose resistente ao tratamento


O controle inadequado da infecção, em vez da não-aderência ao tratamento, consiste freqüentemente na causa subjacente aos novos casos de tuberlculose resistente ao tratamento na África do Sul.
A tuberculose resistente ao tratamento consiste em um problema crescente no mundo todo e casos de infecção por tuberculose altamente resistente ao tratamento de segunda linha (XDR-TB) vêm emergindo.
Os pesquisadores procuravam as razões pelas quais os pacientes estavam contraindo a tuberculose resistente ao tratamento. Por isso, conduziram um estudo incluindo pacientes com um histórico prévio de tuberculose e que foram, depois, diagnosticados com a tuberculose resistente a múltiplos medicamentos (MDR-TB) ou a XDR-TB.
Incluiu-se um total de 17 pacientes, maioria dos quais eram HIV-positivos.
Os exames mostraram que cada paciente tinha sido re-infectado com a classe resistente ao medicamento para tuberculose.
A re-infecção com a tuberculose resistente ao medicamento teve sérias conseqüências – 15 dos pacientes morreram dentro de duas semanas após o diagnóstico da infecção.
O controle adequado da infecção torna-se essencial para o controle da tuberculose resistente ao tratamento, enfatizam os estudiosos.

Crianças contraem o HIV resistente aos medicamentos

De acordo com um estudo, os bebês infectados com o HIV transmitidos por suas mães vêm freqüentemente adquirindo a classe dos vírus resistentes ao tratamento. Tal vírus resistente é normalmente adquirido durante a amamentação devido aos níveis do medicamento anti-HIV no leite materno serem muito baixos para se evitar a transmissão.

Tratamento para prevenir a transmissão mãe-bebê


Tratar das mães infectadas pelo HIV com tenofovir e FTC (emtricitabina), por uma semana depois do parto, adicionado a uma dose única de nevirapina durante o parto, é uma medida segura e ajuda a prevenir a transmissão para os bebês do vírus resistente à nevirapina.
Um estudo apresentado à CROI incluiu 38 mães HIV-positivas na África e Ásia. Todas as mulheres receberam o AZT (zidovudina) desde a 28ª semana de gravidez a fim de prevenir a transmissão mãe-bebê. Durante o parto, elas também receberam uma dose única de nevirapina, assim como o tenofovir e FTC. Elas permaneceram, então, com uma semana de tratamento com o tenofovir e FTC. As crianças receberam a nevirapina no nascimento e o AZT durante a primeira semana de vida.
Esse tratamento levou a grandes quedas nas cargas virais das mães. Nenhuma das crianças foi infectada com o vírus resistente aos medicamentos.
Cerca de um-quarto das mulheres sofreram efeitos colaterais e incidentes adversos foram observados em um proporção similar das criançcas. Porém, é provável que muitos destes não tenham sido relacionados ao uso dos medicamentos anti-HIV

Crianças infectadas com HIV através de comidas pré-mastigadas


Três crianças nos EUA foram infectadas com HIV após comerem alimentos previamente mastigados. A comida continha sangue da boca do adulto cuidando da criança.
Os adultos HIV-positivos olhando por essas crianças estão sendo avisados para não alimentá-las com comida pré-mastigada.
Nos países onde os recursos são limitados, é comum oferecer comida previamente mastigada devido à escassez de alimentos infantis preparados. Em outras palavras, a mastigação prévia traz um risco bem maior onde a prevalência de HIV é alta e a higiene bucal é fraca.

Herpes e transmissão do HIV




Segundo um estudo realizado no Peru, o tratamento contra herpes para as mulheres abaixa a carga viral do HIV no sangue e na secreção vaginal.
O estudo envolveu 20 mulheres que foram infectadas com ambos HIV e herpes genital (HSV-2). Metade das mulheres receberam o medicamento anti-herpes valaciclovir para ser tomado todos os dias; as outras dez mulheres ficaram com o placebo.
Os resultados mostraram que o valaciclovir reduziu a carga viral no sangue e nos fluidos da vagina.
Ademais, um estudo conduzido entre homens gays nos EUA mostrou que os homens gays HIV-positivos com HSV-2 tiveram 16 vezes mais chance de passar o HIV para seus parceiros que não tinham a herpes genital. A supressão do HSV-2 em homens HIV-positivos reduziria, por isso, o risco de transmissão do HIV.
Esses estudos vieram depois que os testes mostraram que o tratamento anti-herpes não reduzira as infecções por HIV em homens e mulheres.

quinta-feira, março 06, 2008

Mais evidências para início antecipado do tratamento para HIV?


Atualmente, os princípios para tratamento de HIV recomendam que a terapia anti-HIV deva ter início quando a contagem de células CD4 de uma pessoa estiver em cerca de 350 células/mm3.
Mas há situações em que o tratamento deva ser iniciado quando as contagens de células CD4 estiverem ainda mais altas?
Evidências apresentadas à CROI sugerem que sim. Os investigadores observaram as taxas de progressão da doença do HIV e de morte de 23 coortes. Eles descobriram que os indivíduos HIV-positivos corriam um maior risco de vida do que a população em geral, mesmo quando as contagens de CD4 estavam acima de 350 células/mm3.
Mais de 46.000 pacientes foram incluídos na análise dos pesquisadores. Homens gays tiveram apenas um ligeiro aumento no risco de morte comparados à população em geral, mas, para os homens heterosssexuais e as mulheres, o risco de morte foi três vezes maior e, alguns, dez vezes maior para usuários de drogas injetáveis.
Embora os pesquisadores saibam que outros fatores, adversos ao HIV, podem ser a base para o maior risco de morte em alguns pacientes, particularmente os usuários de drogas injetáveis, eles acreditam que o próprio HIV estava causando as mortes, mesmo entre os pacientes com contagens de células CD4 mais altas.
Os resultados desse estudo parecem contribuir para a discussão sobre qual seria o melhor momento para começar tratamento anti-HIV. Hoje, alguns médicos pensam que o início de terapia anti-retroviral, quando a contagem de células CD4 estiver em 500 células/mm3t, traz benefícios

Benefícios do início do tratamento quando o paciente apresenta uma infecção oportunista


Recomenda-se, geralmente, aos pacientes doentes por infecções oportunistas, que iniciem terapia anti-HIV assim que possível.
Um estudo apresentado à CROI demonstra que a introdução da terapia anti-HIV, enquanto um paciente ainda estiver em tratamento para suas infecções oportunistas, além de não aumentar o risco dos efeitos colaterais, reduz o risco de morte ou progressão da doença. Em outras palavras, seria melhor do que esperar até o término do tratamento para a infecção oportunista.
Pesquisadores americanos compararam dois grupos de pacientes que estavam doentes devido ao HIV e que não estavam em terapia anti-retroviral. Um grupo de pacientes começou, ao mesmo tempo, a terapia anti-HIV e o tratamento para suas infecções oportunistas. O outro, esperou para começar o tratamento anti-HIV até que a terapia para suas infecções tivesse sido finalizada.
O estudo não incluiu pacientes com tuberculose.
No geral, pouco menos da metade dos pacientes que iniciaram tratamento anti-HIV de forma imediata ou adiada sofreram maior progressão da doença do HIV e conseguiram baixar suas cargas virais para níveis indetectáveis.
Entretanto, análises adicionais dos resultados mostraram que os pacientes que adiaram o tratamento anti-HIV foram cerca de 50% mais prováveis de desenvolver uma outra doença causadora da AIDS, ou morrer, do que aqueles em tratamento imediato. E as contagens de células CD4 aumentaram mais lentamente naqueles que esperaram para iniciar o tratamento.
O início imediato do tratamento não apresentou maiores riscos. Uma vez que o tratamento foi iniciado, não houve diferença nem nas taxas de aderência entre os dois grupos de pacientes nem no risco de desenvolver uma síndrome inflamatória de reconstituição imunológica.

Marcadores biológicos talvez expliquem o risco das interrupções do tratamento


Pacientes que fazem interrupções no tratamento apresentam mais indicadores de inflamação, assim como de disfunção no revestimento dos vasos sangüíneos. De acordo com o estudo SMART, tal fato explicaria o maior risco de doença e morte devido às doenças normalmente não-associadas ao HIV, como doenças do coração, dos rins e do fígado.
Pesquisadores analisaram os resultados dos estudos sobre interrupção do tratamento SMART e STACCATO. Eles relataram à CROI que a replicação do HIV, durante as interrupções estruturadas do tratamento, afetou os principais marcadores biológicos que indicam inflamação, aumento dos coágulos sangüíneos e disfunção endotelial – diminuição da flexibilidade no revestimento dos vasos sangüíneos, um primeiro sinal de doença cardíaca.

Darunavir desempenha bem em crianças experientes com tratamento


O tratamento anti-HIV pode desempenhar bem em crianças. Porém, há menos medicamentos anti-retrovirais disponíveis para o tratamento de HIV em crianças do que em adultos, o que pode ser um problema, já que muitas crianças possuem o HIV resistente aos medicamentos.
O Darunavir (Prezisata) é um inibidor de protease reforçado pelo ritonavir e é uma importante opção de tratamento para adultos com o vírus resistente aos medicamentos.
Os resultados de um estudo apresentado à CROI mostram que o darunavir/ritonavir é um medicamento seguro e eficaz para crianças e adolescents que administram muitos medicamentos anti-HIV.
Um total de 80 crianças com idade entre seis e 17 anos foram incluídas no estudo. Elas receberam os medicamentos mais eficazes anti-HIV, escolhidos pelos testes de resistência, e o darunavir/ritonavir dosado por peso. As crianças apresentaram bastante resistência aos medicamentos anti-HIV.
Contudo, depois de seis meses de tratamento com a combinação de base darunavir/ritonavir, 50% teve uma carga viral abaixo de 50 cópias/ml e quase dois-terços tiveram uma carga viral abaixo de 400 cópias/ml.
Somente um paciente deixou de tomar o medicamento, devido aos efeitos colaterais. Por outro lado, houve apenas leves efeitos colaterais para a maioria das crianças, como problemas na barriga ou febre.

Pesquisa aponta para as perspectivas de um medicamento anti-HIV tomado uma vez ao mês


O tratamento anti-HIV, tomado uma vez ao dia, foi considerado um avanço, mas, recentemente, os pesquisadores vêm desenvolvendo um medicamento anti-HIV que poderia ser tomado somente uma vez ao mês.
Um Inibidor da Transcriptase Reversa Não-Nucleosídeo, NNRT, experimental, chamado rilpivirina foi formulado com nanopartículas. Os resultados em animais sugerem que injeções uma vez ao mês poderiam ser suficientes para tratar o HIV.
Os pesquisadores vêm tentando descobrir outros medicamentos que pudessem ser formulados de modo similar, o que significaria que o tratamento anti-HIV potente, múltiplo poderia ser desenvolvido para ser injetado uma vez ao mês.
Essa tecnologia teria o objetivo de prevenir o HIV, promovendo, então, a profilaxia pré-exposição de longa duração ou um microbicida.

HIV e tuberculose


A tuberculose é a principal razão para doenças e mortes de indivíduos HIV-postivos em todo o mundo.
Devido ao risco de síndrome inflamatória da reconstituição imunológica e à interação de alguns medicamentos anti-retrovirais com os medicamentos importantes anti-tuberculose, cuidados especiais são necessários quando se inicia tratamento anti-HIV em pacientes com tuberculose.
Resultados animadores da África do Sul foram apresentados à CROI.
Porém, os pacientes com tuberculose apresentando uma contagem de células CD4 e peso corporal muito baixos correram maior risco de vida.

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Gays VIH+ e surtos de IST


Vários surtos de hepatite C transmitida sexualmente foram relatados entre homens gays HIV-positivos.
Atualmente, evidências do Reino Unido sugerem que alguns homens vêm se re-infectando com hepatite C depois de administrar com sucesso a terapia para hepatite C. É possível que as infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis e LGV [linfogranuloma venéreo], tenham sido parcialmente responsáveis pela re-infecção com hepatite C.

Tratamento para HIV e infecciosidade


Semana passada, experts em HIV da Suíça afirmaram que indivíduos em terapia anti-HIV que possuem carga viral indetectável no sangue por seis meses ou mais e que não possuem uma infecção sexualmente transmissível não deveriam ser considerados capazes de transmitir o HIV para seus parceiros sexuais.
A afirmação foi controversa, mas ajudou a chamar a atenção para habilidade da terapia anti-retorviral de reduzir as transmissões do HIV.
Recentemente, um estudo conduzido em Uganda e apresentado à CROI sugere que o tratamento anti-HIV, combinado com educação sexual e aderência, poderia diminuir as transmissões de HIV em 91%.
O estudo durou três anos. Havia 62 casais no estudo, no qual um parceiro era HIV-positivo e o outro HIV-negativo. Somente um parceiro foi infectado com HIV durante o estudo e essa infecção aconteceu logo depois que o tratamento foi iniciado.
Pensa-se que esta infecção única aconteceu devido ao marido infectado ter apresentado uma resposta lenta à terapia anti-HIV e ter levado seis meses para atingir uma carga viral indetectável.

Tratamento para herpes genital não reduz o risco de HIV em homens e mulheres


A infecção por herpes genital (HSV-2) tem sido associada com o risco maior de contração do HIV.
Sugere-se que o tratamento diário com o medicamento anti-herpes aciclovir poderia reduzir o risco de uma pessoa com herpes ser infectada pelo HIV.
No entanto, resultados de estudos envolvendo mais de 1800 homens gays com herpes genital, nos EUA e no Peru, e 1300 mulheres heterossexuais com HSV-2, na África, demonstraram que o medicamento aciclovir não reduziu o risco de infecção por HIV.
Os indivíduos foram escolhidos aleatoriamente para administrar 400mg de aciclovir duas vezes ao dia ou um placebo. Houve 75 novas infecções dentre os pacientes que receberam o aciclovir e 64 daqueles que ficaram com o placebo.
Um estudo conduzido entre mulheres na Tanzânia e apresentado na Conferência da Sociedade Internacional para AIDS também mostrou que tratamento diário com o aciclovir não reduziu o risco de contração do HIV.

Prevenção em VIH


Circunsisão


Existem evidências de queos homens circuncidados têm menos probabilidade de contrair o HIV.
Entretanto, resultados de um estudo apresentado à CROI mostram que a circuncisão não é a chave para a prevenção do HIV. O estudo descobriu que, longe de proteger, a circuncisão pode, na verdade, estar associada ao risco de transmissão do HIV. As esposas dos homens HIV-positivos circuncidados são um pouco mais propensas a contrairem o HIV do que as esposas dos homens HIV-positivos não-circuncidados.
O estudo foi conduzido em Rakai, Uganda, e envolveu mais de 1000 homens HIV-positivos. A incidência anual de HIV foi 14% dentre as esposas dos homens circuncidados e 9% dentre as esposas de homens não-circuncidados.
Investigadores descreveram esses resultados como “inesperados e decepcionantes.”
Porém, os homens HIV-positivos circuncidados foram um terço menos prováveis a apresentarem úlceras genitais. A infecção foi associada com o maior risco de transmissão do HIV.

Interrupções do tratamento


Há dois anos, o estudo SMART, que enfocava a interrupção do tratamento, terminou antes do esperado. Descobriu-se que os pacientes instruídos a deixar de tomar os medicamentos para CD4 por um tempo tiveram mais probabilidade de desenvolver doenças relacionadas ao HIV e algumas doenças não-relacionadas ao HIV do que os indivíduos que estavam em tratamento para HIV contínuo.
Outros resultados do estudo SMART, apresentados à CROI deste ano, mostraram que as interrupções do tratamento poderiam ocasionar consequências a longo prazo.
Foi demonstrado, após 18 meses da conclusão do estudo, que as taxas das infecções oportunistas relacionadas ao HIV e de morte por outra causa permaneceram mais altas em pacientes que deixaram de tomar o medicamento por um período do que em pacientes que tomaram a terapia de HIV contiuamente.
Os investigadores sugerem que “a interrupção da terapia anti-retroviral está associada com consequências de longo prazo acima do período de interrupção do medicamento.”

Atazanavir em pacientes novos ao tratamento


De acordo com os princípios atuais do Reino Unido para tratamento de HIV , o Atazanavir (Reyataz) não é recomendado para terapia anti-HIV de primeira linha. Recomenda-se, então, o Kaletra (lopinavir/ritonavir) para pacientes novos ao tratamento, o que é uma opção específica entre pacientes que decidem começar tratamento com inibidores de protease.
O Atazanavir possui algumas vantagens. É tomado apenas uma vez ao dia e parece ter menos probabilidade de causar diarréia em comparação aos outros inibidores de protease.
Um estudo apresentado à CROI mostrou que o atazanavir reforçado pelo ritonavir poderia ser uma opção segura e eficaz para as pessoas iniciando tratamento anti-HIV. Comprovou, também, que os pacientes que começaram a terapia anti-retroviral com uma combinação de medicamentos incluindo o atazanavir de dose única foram tão propensos a ter uma carga viral indetectável (abaixo de 50 cópias/ml) após um ano, quanto os pacientes que começaram tratamento com um regime contendo o Kaletra tomado duas vezes ao dia
As contagens de células CD4 aumentaram da mesma forma em pacientes tomando os dois medicamentos.
Menos pacientes tomando o atazanavir sofreram náusea ou diarréia. E, em pacientes tratados com atazanavir, as taxas de gordura no sangue também foram mais baixas. Mas o atazanavir pode causar um efeito colateral chamado hiperbilirubinemia, o qual involve um amarelado da pele e branco dos olhos.

Abacavir e ddI relacionados ao maior risco de ataques cardíacos


Muito se sabe sobre a relação entre a terapia anti-HIV e o maior risco de doenças cardiovasculares.
Resultados recentes do estudo DAD apresentados durante Décima-Quinta Conferência sobre Retrovírus e Doenças Oportunistas (CROI) sugerem que o tratamento com os NRTIs [Inibidores da Transcriptase Reversa Nucleosídeos] abacavir (Ziagen, também em combinação com os comprimidos Kivexa e Trizivir) e ddl (didaosina, Videx) aumenta significamente o risco de infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco.
Mais de 30.000 pacientes estão registrados para o estudo DAD e os investigadores acompanharam os dados por sete anos a fim de checar se houve associação entre o tratamento com NRTIs e o risco aumentado de infarto do miocárdio.
Eles descobriram que o tratamento com o abacavir, nos seis meses anteriores, aumentava o risco de infarto do miocárdio em 94% e que o tratamento recente com o ddl aumentava em 53% o risco de ataque cardíaco.
Os pesquisadores acreditam que as descobertas tem particular importância para as pessoas que apresentam alto risco de doença cardíaca. Por exmplo, as pessoas que fumam ou aquelas que possuem um histórico familiar de doença cardiovascular.
Deixar de fumar, fazer exercícios físicos regularmente e seguir uma boa dieta podem reduzir o risco de ataque cardíaco. Os pesquisadores afirmam também que um fumante tomando abacavir reduziria mais o risco de doenças cardíacas parando de fumar do que deixando de tomar o abacavir.
Eles recomendam que os pacientes tomando qualquer dos medicamentos e que estão preocupados com seus riscos de ataque cardíaco deveriam conversar com seus médicos com relação à troca ou não do medicamento.