quinta-feira, julho 26, 2007

ARVs [Anti-Retrovirais] para mães durante amamentação a fim de prevenir a transmissão do HIV






4ª Conferência da Sociedade Internacional da AIDS (IAS), Sydney: 22 a 25 de julho de 2007
Notícias de terça-feira, 24 de julho de 2007
Quarta Conferência da Sociedade Internacional da AIDS, Sydney
ARVs [Anti-Retrovirais] para mães durante amamentação a fim de prevenir a transmissão do HIV
Raltegravir, o novo inibidor da integrase
Terapia de supressão do HSV-2 [vírus herpes simples-2] para mulheres HIV-positivas
Hepatite
Comentários de especialistas
Vídeos das sessões da conferência
Tradução Marcela Frota Todos os links deste boletim são para artigos em inglês. Por favor, visite nossas seções de outras línguas para mais informações em:
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Quarta Conferência da Sociedade Internacional da AIDS, Sydney

ARVs [Anti-Retrovirais] para mães durante amamentação a fim de prevenir a transmissão do HIV

Talvez as descobertas mais importantes da conferência tenham sido apresentadas hoje, através de dois estudos sobre tratamento anti-retroviral para mães amamentando. Suas implicações são importantes para os países que estão tentando promover a amamentação como fonte única de alimentação do bebê, a fim de reduzir a transmissão do HIV da mãe para o filho.
Os dois estudos descobriram taxas extremamente baixas de transmissão do HIV durante o período de amamentação quando as mães recebiam terapia com três medicamentos anti-retrovirais até que desmamassem, quando a criança completasse seis meses de idade.
Até agora, a maioria dos principais estudos de prevenção da transmissão do HIV da mãe para o filho (PMTCT) se concentraram nos efeitos em proporcionar terapia com um, dois ou três medicamentos anti-retrovirais próximo ao momento do parto e o imediato pós-parto.
Outros estudos demonstraram que a amamentação como fonte única de alimentação do bebê, em vez da alimentação mista (leite e sólidos não-maternos, que irritam a parede do intestino), reduz significativamente o risco de transmissão do HIV. Por outro lado, somente a amamentação não elimina totalmente o risco da transmissão.
A administração da terapia com medicamentos que reduzem a carga viral no leite materno pode ser dificultada pelo fato de que o leite materno consiste em um compartimento protegido dentro do corpo. Não se sabe ao certo o quão bem os anti-retrovirais irão penetrar no leite e assim reduzir sua carga viral. Qualquer patamar abaixo da supressão total do vírus no leite materno poderia levar à resistência.
Alguns estudos preliminares com mulheres amamentando, e já aptas à utilização do ART para benefício da própria saúde, sugeriram que tal uso reduz o risco de transmissão. Porém, para a majoritária população das mães HIV-positivas que ainda não precisam de terapia anti-retroviral para benefício próprio, o valor, para um período limitado da terapia com três medicamentos, não foi constatado – até agora.
No estudo MITRA Plus, na Tanzânia, todas as mães receberam AZT, 3TC e nevirapina próximo à semana 34 de gravidez e interrromperam o tratamento depois de desmamar, aos seis meses, a não ser que a mãe precisasse de terapia anti-retroviral para si própria.
O número de transmissões, após o período de amamentação, foi muito baixo (menos do que 5%) e a maioria dessas crianças apareceu infectada no momento do parto.
No estudo AMATA, em Ruanda, todas as mães receberam terapia anti-retroviral e depois escolheram por amamentar ou alimentar seu filho com fórmula. Somente uma criança apareceu infectada neste estudo. Os pesquisadores acreditam que sua mãe tenha interrompido o uso das medicações anti-retrovirais.
Outra descoberta interessante foi a de que não houve diferenças estatisticamente significativas na mortalidade ou morbidade, mesmo com as descobertas de outros estudos comprovando que os filhos de mães HIV-positivas tomando o leite materno apresentavam taxas mais baixas da doença e morte do que aquelas alimentadas com fórmula.
Provavelmente, haverá mais discussões sobre as descobertas e como colocá-las em prática, mas a mensagem está clara: nos locais onde as mães vêm sendo encorajadas a somente amamentar, a terapia anti-retroviral para elas poderia poupar milhares de crianças da infecção por HIV.


Raltegravir, o novo inibidor da integrase

O raltegravir (Isentress) é um novo medicamento anti-HIV de uma classe completamente nova denominada inibidores da integrase. É provável que seja aprovado, para pacientes com experiência no tratamento, antes de Outubro, nos Estados Unidos e, logo depois, na Europa.
O raltegravir impede que o HIV integre seu material genético nas células humanas, por isso o nome “inibidor da integrase”.
Para pessoas novas ao tratamento, o raltegravir está ainda sendo testado. Resultados de um estudo sobre dosagem em fase 2b em que o raltegravir foi comparado ao efavirenz foram apresentados na terça-feira durante a conferência da IAS.
O raltegravir e o efavirenz suprimiram a carga viral a níveis indetectáveis aproximadamente na mesma proporção nos pacientes depois de 48 semanas (entre 80% e 90%). As pessoas do teste tomaram os medicamentos com tenofovir (Viread) e 3TC (Epivir). Somente 3% dos pacientes haviam sofrido um ressalto da carga viral após 48 semanas de tratamento em ambos os grupos de tratamento, o que indica a grande eficácia das duas combinações de medicamentos.
Entretanto, as pessoas que tomaram o raltegravir sofreram menos efeitos colaterais no sistema nervoso central, como pesadelos, tonteiras e dores de cabeça, do que as que tomaram o efavirenz.


Terapia de supressão do HSV-2 [vírus herpes simples-2] para mulheres HIV-positivas
Na segunda-feira, os pesquisadores relataram que a administração do aciclovir por mulheres HIV-negativas, a fim de controlar a infecção do HSV-2, não reduziu os riscos de infecção por HIV, possivelmente, devido à falta de aderência ao medicamento.
Na terça-feira, o mesmo grupo de pesquisa relatou os resultados de um segundo estudo sobre o aciclovir, também realizado na Tanzânia. Este observava se o aciclovir reduzira ou não a incidência de HSV-2 e HIV nos fluidos genitais de mulheres HIV-positivas.
Grandes estudos observaram se a medicação que suprime o HSV-2 poderia reduzir a incidência de HIV em mulheres HIV-positivas, um analisou o valaciclovir, outro, o aciclovir. Ambos os medicamentos anti-herpes reduziram indiretamente os níveis de HIV nos fluidos genitais.
Contudo, o estudo da Tanzânia não obteve evidências suficientes de um efeito. Embora houvesse tendência estatística em relação aos níveis reduzidos de HIV em mulheres com o aciclovir, o fato não foi necessariamente suficiente para chegar à conclusão de que o aciclovir possa reduzir efetivamente o risco de transmissão do HIV.
Além disso, não houve diferença significativa nos níveis de HSV-2 do fluido genital entre o grupo com o aciclovir e o de mulheres que receberam uma cápsula falsa. Isso surpreende pelo fato de que a terapia de longo-prazo com o aciclovir supostamente deveria reduzir a incidência de HSV-2 em indivíduos com herpes genital.
Igualmente ao estudo com os indivíduos HIV-negativos, reportado ontem, os pesquisadores concluíram que a fraca aderência explica os resultados. Somente 50% das mulheres do estudo tomaram mais do que 90% dos seus comprimidos, apesar de constante aconselhamento sobre aderência. Esses resultados ainda são um lembrete do inconveniente dos novos métodos de prevenção baseados em medicamentos ou microbicidas – esses têm de ser usados regularmente para que ofereçam proteção.

Hepatite

A Hepatite C é uma co-infecção bastante difundida entre pessoas com HIV, sobretudo onde é comum a transmissão de HIV através de drogas injetáveis. O HCV [vírus da hepatite c] manifesta-se normalmente como uma infecção apresentada no sangue, mas, ao longo dos últimos cinco anos, surtos de infecções sexualmente transmitidas do HCV ocorreram entre homens gays HIV-positivos no Reino Unido, no norte da Europa, nos Estados Unidos e na Austrália.
Freqüentemente, a infecção aguda por HCV em homens gays é identificada somente com o monitoramento regular da função do fígado durante o tratamento anti-retroviral. Níveis elevados de enzimas do fígado podem indicar infecção aguda pelo HCV e tal aumento deve ser considerado como uma explicação para os aumentos nos níveis enzimáticos no fígado em pessoas tomando anti-retrovirais.
Uma pesquisa apresentada na terça-feira, na conferência da IAS, revelou que surtos na Europa identificam fortes conexões internacionais. Os investigadores analisaram semelhanças genéticas entre os vírus da hepatite C de 190 homens HIV-positivos e descobriram grupamentos de transmissão. Um grupo continha vírus de quatro países diferentes e sete dos dez continham vírus de mais do que um país.
Viagens entre países representam um importante papel nessa nova epidemia, afirmam os pesquisadores, e mensagens direcionadas para homens gays sobre os riscos de infecção por HCV devem ser divulgadas pela Europa e América do Norte, não só em uma única cidade.
Os fatores de risco incluem penetração anal sem proteção, apunhaladas, sexo por influência de drogas, doenças sexualmente transmissíveis (em particular a sífilis), divisão de acessórios para cheirar drogas e sexo em grupo.


Comentários de especialistas
Comentários de especialistas no assunto, sumários das apresentações da conferência e conjuntos de slides disponíveis para download estarão em breve no website Clinical Care Options HIV.

Vídeos das sessões da conferência
Vídeos de trechos da conferência estarão disponíveis logo após as sessões no websiteKaisernetwork.org IAS 2007.

1 comentário:

Anónimo disse...

As mães sempre tem que ter cuidado em tudo o que fazem para cuidar as crianças por nascer.
Para tomar valtrex tem que perguntar ao seu médico se podem ou não.