quinta-feira, maio 10, 2007

De 30 comprimidos para um em apenas sete anos


Há sete anos, um doente com HIV/sida em tratamento antiretroviral chegava a tomar mais de 30 comprimidos diários para controlar a replicação do vírus. Hoje, a evolução das terapias reduziram este número para duas cápsulas e, durante este ano, deverá surgir um novo remédio que implica apenas uma toma.Para Ricardo Camacho, médico especialista em HIV, esta tem sido uma das grandes evoluções no combate à doença. Até porque uma das dificuldades para tratar estes pacientes é a adesão à terapêutica - quanto mais medicamentos têm de tomar, mais difícil é o cumprimento da medicação. Mesmo assim, o médico sublinha que, em Portugal, a adesão tem vindo a subir desde 2001, de acordo com um estudo recente do qual é um dos autores. "Ao contrário do que se pensa, os níveis actuais de adesão estão ao nível dos grandes hospitais pela Europa", afirma o especialista do centro de virologia do Hospital Egas Moniz.Para este ano, há três inovações esperadas no tratamento, com a introdução de novos fármacos de classes terapêuticas diferentes daqueles que existem actualmente no mercado.Um deles é um inibidor da protease, que "tem apresentado muito bons resultados em doentes em tratamento há muitos anos e que criaram resistências aos medicamentos". Outro é um inibidor da integrase, uma proteína que permite ao vírus instalar-se e replicar-se. A grande mais valia passa por impedir que este penetre as células, funcionando como um inibidor da sua entrada. "Vai-nos permitir tratar um doente que se tornou resistente a outros tratamentos e cuja saúde se está a degradar de forma a que este comece tudo de novo", explica Ricardo Camacho.Além destes dois, espera-se a chegada de um fármaco de acção tripla, que reduzirá para uma comprimido o tratamento anti-retroviral. A juntar aos anti-retrovirais, os doentes acabam por tomar também medicamentos para combater as doenças oportunistas que para atenuar s efeitos secundários do tratamento.

1 comentário:

AEnima disse...

Honestamente... conviver diariamente com esta doenca, ha tanto tempo, faz de ti, um heroi! No minimo.

Beijo