segunda-feira, junho 04, 2007

"O envolvimento do sector privado na prevenção da infecção VIH/sida",



A rentabilização do negócio através de medidas de resposnsabilidade social das empresas que tenham em vista a prevenção da infecção VIH/sida foi o principal desafio lançado pela Coordenação Nacional na conferência "O envolvimento do sector privado na prevenção da infecção VIH/sida", que decorreu em Lisboa.
Na sequência das boas práticas apresentadas pela L'Oreal, com a campanha "Cabeleireiros do Mundo contra a Sida", que inseriu o tema nos módulos de formação dos seus colaboradores, passando pelos exemplos da BP, Microsoft, Biomérieux, Bristol-Myers Squibb, Visabeira e Porto Editora, realçou-se a importância do sector privado na prevenção do VIH, de acordo com as recomendações das Nações Unidas, quer através de acções de marketing social, do apoio a programas da comunidade, bem como através da prática de saúde ocupacional de forma ética e da não discriminação de trabalhadores infectados e afectados pelo VIH.
Therese Lethu, presidente da Global Business Coalition na Europa, lançou o repto às empresas portuguesas, salientando as vantagens desta organização no apoio à adopção de programas de prevenção e tratamento a colaboradores, bem como à realização de parcerias público-privadas mediante valores como o ganhar-ganhar.
A medicina ocupacional tem como objectivo a eliminação dos factores profissionais de risco, melhorando o ambiente psicossocial do trabalho, com vista à protecção da vida e saúde dos trabalhadores, o respeito pela dignidade humana, seguindo os princípios éticos da confidencialidade.
Contudo, Amílcar Soares, da Comunidade de Pessoas que vivem com VIH, afirma que apesar da legislação portuguesa prever o princípio da igualdade e o direito à integridade pessoal, assim como o manifesto laboral contra sida afirmar que não pode dentro dos limites legais constituir a infecção VIH motivo de despedimento, existem ainda empresas que têm práticas discriminatórias face a pessoas infectadas, conduzindo inclusivamente ao despedimento.
A Infecção VIH não limita por si só nenhuma aptidão para o trabalho. O que pode ser limitador é o estado de saúde decorrente da evolução da doença, pelo que as empresas têm todo o benefício em prestar informações preventivas aos seus colaboradores, quer através de folhetos ou formações, poupando assim dinheiro em seguros de saúde, faltas por consultas hospitalares, que leva por sua vez ao declínio da produtividade, perda de know-how e despesas de recrutamento.
A Organização Internacional do Trabalho calcula que 2/3 dos portadores de VIH em todo o mundo se encontrem em idade activa - entre os 15 e 50 anos. Daí ser urgente agir em três frentes: contra a discriminação, pela prevenção e acesso ao tratamento em meio laboral, tendo os sectores dos média e farmacêutico um papel acrescido, quer na mobilização da opinião pública, como no desenvolvimento científico de terapêuticas.

2 comentários:

125_azul disse...

O Amilcar Soares sabe sempre o que diz. É dos poucos em quem se pode confiar, nesta área!
E onde arranjas tu estas imagens absolutamente demolidoras???
Beijos

AEnima disse...

Esta muito bem dito, meu caro amigo, muito bem dito. Vamos e' passar das palavras para as accoes!

Continua sempre, sempre!

PS - Espero o meu trabalho por aqui nao demorar muitos mais meses. E quando voltar a pt, podes contar com mais um par de maos e um cerebro!