segunda-feira, dezembro 18, 2006
Filadélfia à Portuguesa (lembram-se do filme com o Tom Hanks?)
A Lei contra as pessoas com deficiência ou com riscos agravados de saúde, onde se incluem os portadores de VIH e de hepatite C, foi publicada no Diário da República em 28 de Agosto de 2006. O diploma que estabelece penas que podem ir desde multas ao encerramento de empresas durante dois anos, apanhou as companhias seguradoras de surpresa (e não só!!), uma vez que as vai obrigar a fazer seguros de vida a pessoas a que até agora não eram aceites por esta cobertura.
Segundo o jornal OJE apurou, as seguradoras estão neste momento a estudar as implicações deste diploma, embora ainda esteja por sair a regulamentação específica. e admitem incluir cláusulas de exclusão, que as isente de pagar o seguro quando o segurado morrer de uma doença existente à data da contratualização.
fontes do sector preveem ainda um aumento da conflitualidade, uma vez que algumas doençãs têm implicações várias que podem resultar em sinistros. nesse caso as eguradoras vão argumentar com a exclusão e o não pagamento das indeminizações.
A Lei considera práticas discriminatórias, entre outras, "a recusa ou o condicionamneto de venda, arendamento ou subarrendamento de imóveis, bem como o acesso ao crédito bancário para compra de habitação, assim como a recusa ou penalização na celebração de contratos de seguros" devido a deficiência ou risco agravado de saúde do requerente.
Quem se sentir discriminado e recorra a tribunal, pode receber uma indeminização, com as sentenças a serem obrigatoriamente tornadas públicas. caberá ao Secretariado para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência acompanhar a lei, elaborar pareceres não vinculativos e apresentar um Relatório Anual ao Governo, sobre os actos discriminatórios e sanções.
sexta-feira, dezembro 15, 2006
Portugueses abaixo da média europeia no conhecimento das formas de transmissão da infecção VIH/sida
Os portugueses estão mal informados no que respeita às formas de transmissão da infecção VIH/sida. Os dados já divulgados decorrentes da sondagem da marktest confirmam-se agora com o eurobarómetro, da comissão europeia, que coloca os portugueses abaixo da média europeia, quando questionados sobre a possibilidade de transmissão da infecção através de beijos, partilha de copos, wc ou até contacto com objectos recentemente tocados por pessoas VIH positivas.
Segundo este estudo, apenas 31% dos portugueses sabem que a infecção VIH/sida não se transmite por um beijo e apenas metade dos portugueses está seguro que a partilha de um copo não constitui risco de transmissão. No que se refere à não transmissão da infecção pela utilização de casas de banho, apenas 45% dos portugueses responderam correctamente, muito abaixo da média europeia (55%).
Além disso, enquanto 80% dos dinamarqueses sabem que a infecção VIH/sida não se transmite ao tomar conta de pessoas VIH/positivas, 44% dos portugueses ainda respondem erradamente, bem como 24% acham que o VIH se transmite pelo toque em objectos e 27% por um aperto de mão, quando apenas 17% dos europeus em média consideram que o cumprimento constitui um risco de infecção.
42% dos portugueses dizem proteger-se nas relações sexuais, contra os 48% da média europeia, sendo a Áustria o país que apresenta resultados mais animadores - 66% dos inquiridos dizem proteger-se nas relações sexuais.
A melhoria dos conhecimentos e atitudes face à infecção VIH/SIDA constitui assim um desafio para a Coordenação Nacional para a Infecção VIH/sida
domingo, dezembro 10, 2006
No teste de VIH (sem agulhas)
Um aparte
Oh gente, so para ficarem a saber, porque eu desconhecia e se calhar mais pessoas desconhecem tambem... Agora o teste de HIV/AIDS faz-se em 20 minutos e nem eh preciso agulhas! Serio! Dao-nos uma especie de palheta de plastico (como se fosse termometro com um cotonete na ponta) que passamos pelas gengivas. Depois funciona basicamente como um teste de gravidez... esperamos 20 minutos e sabe-se logo o resultado!Sim, deu negativo... eheheh... e ja agora estao a ler a mais recente voluntaria do South Carolina HIV/AIDS Council. Como nao tenho tempo para visitas frequentes, vou participar em campanhas esporadicas e estudos de investigacao sobre a doenca. Amanha vai haver uma campanha para testar os sem-abrigo desta cidade, e la vou eu dar uma ajudinha. E nao se preocupem que por questoes de confidencialidade, nem sequer posso comentar com ninguem quem vai visitar o centro, muito menos divulgar o seu status.Fiquei a saber uma serie de coisas, ate muito chocantes! Neste estado cerca de 30% dos americanos de raca negra sao portadores de VIH. A propagacao entre homosexuais homens e muito facil, devido a natureza do sexo anal - os tecidos sao muito fininhos, para alem de ser uma zona de muitas bacterias; logo e muito propenso a feridas e contacto sangue com sangue. Isso eu ja sabia... o que nao sabia e que as raparigas jovens praticam muito sexo anal para preservar a sua "virgindade" e tambem que as menage a trois sao muito frequentes, pelo que homens bissexuais tansmitem logo o virus facilmente a parceiras hetero. O senhor que me fez o teste disse-me que ontem tinha diagnosticado o virus em 3 jovens de 16 anos - 2 rapazes e 1 rapariga... que andavam em menages a trois entre eles... enfim... 16 anos! :( Uma das raparigas do grupo nao estava infectada, felizmente.Deu-me tambem uma cenita que nunca tinha visto (ok, sou ignorante admito e tambem nao o nome em portugues de oral dams)... Uma especie de folha de latex (sim, exactamente do mesmo material dos preservativos mas imaginem do tamanho de uma folha A4), que se poe por cima dos genitais femininos (ou anus masculino tb) para se praticar sexo oral com seguranca. Tem sabores, o que melhora logo a coisa. E e verdade que a propagacao por sexo oral e dificil, mas nao inexistente: basta sangrarem das gengivas e terem qualquer ferida muitas vezes imperceptivel no sexoBeijinhos e andem la... ja nao tem desculpa... nem agulhas sao precisas agora!
P.S. - Perguntaram-me e aqui vai a resposta: o teste -tem 99.6% de precisao.
(este texto foi retirado da página de aenima)
terça-feira, dezembro 05, 2006
Não pensar...
Alice conheceu José Manuel há cinco anos. Durante o primeiro mês foi um romance de livro: encontros com jantares, carícias e esperas à saída do emprego. A meio do segundo mês avançou para a intimidade de uma relação mais profunda e sexualmente activa. O uso do preservativo é obrigatório por todas as razões e em especial para evitar uma gravidez não desejada.
Ao entrar no quarto mês de relacionamento, por já ter começado a tomar a pílula anticoncepcional, começou a pensar ceder aos apelos amorosos de José para deixar de utilizar o preservativo, apesar de estar relutante com receio de apanhar alguma doença, como a SIDA. Aos poucos foi cedendo até que no aniversário de Manuel, lhe deu como presente uma relação sem preservativo.
Foi como que uma novidade, sempre tinha usado o preservativo e agora percebia o que lhe diziam amigas e colegas. Era realmente espantoso não ter entre eles aquele pedaço de látex.
Passado que foi um ano de estar a viver com o José, notou uma infecção vaginal. Foi ao médico que lhe receitou um antibiótico. A infecção passou rapidamente, mas voltou um mês depois. O médico sugeriu-lhe análises mais específicas, incluindo a despistagem do VIH.
Foram duas semanas longas que prejudicaram a sua relação com Manuel José, que não compreendia o porquê da ansiedade e da relutância em ter relações. Na terceira semana foi levantar as análises e no dia seguinte levou-as ao médico.
Não sabia o que o envelope continha, pois este vinha fechado e endereçado ao médico.
O médico repara que Alice tremia e tenta acalmá-la. Lê os resultados escritos na folha. Não a olha nos olhos. Alice fica cada vez mais assustada. O médico fala-lhe de ter de repetir as análises “pois há aqui uns resultados pouco claros e concisos”, diz-lhe.
Voltou um mês depois ao médico. “A Alice está infectada com SIDA”, diz-lhe o médico. Não compreende o que lhe diz, como pode estar infectada se só tem tido um parceiro ao longo deste ano?
O médico tenta acalmá-la e explicar-lhe que existe muita gente nesta situação e que está bem, pois agora existem vários medicamentos e não se morre tão rapidamente.
“E o que vai pensar o José Manuel de mim? E as outras pessoas?” diz Alice. “Quando se souber, todos se vão afastar de mim e vou perder o emprego se souberem disto.”
O médico fala-lhe em levar José Manuel à consulta para fazer testes de despistagem de VIH.
Alice pede ao José Manuel para ir ao médico com ela, pois têm de fazer umas análises em conjunto para saber mais sobre as infecções que ambos têm de vez em quando. José Manuel recusa ir ao médico.
O tempo passa e Alice não o convence a ir à consulta, pelo que resolve contar –lhe a verdade. “És uma porca, de certeza que andaste com outros e apanhaste essa doença. Se calhar também tenho e tudo por causa de ti”. Mais tarde, José lembra-se que em tempos idos teve uma relação esporádica com uma colega que veio a saber que tinha falecido. Aceita ir à consulta com Alice e fazer o teste do VIH. Quinze dias de nervos, ansiedade e medo. Entretanto Alice já tinha sido encaminhada para o Hospital da sua área: o Hospital do Desterro. Sente-se lá bem.
O resultado do José Manuel é positivo. Vai para a mesma consulta de Alice. Neste ano de 2006, souberam que o hospital ia fechar e foram transferidos para o S. José. As condições são péssimas. O atendimento é feito num espaço exíguo. Há camas e pessoas por todo o lado, até nos corredores perto do local da consulta. Muitos deles têm problemas pulmonares. Receiam apanhar uma tuberculose ou pneumonia. Não entendem o fecho do Hospital, até porque as condições pioraram. Ouviram falar de que terão de pagar uma parte dos medicamentos, que passarão a ser distribuídos nas farmácias de rua.
Ficam assustados, pois os seus salários são baixos e dão à medida para o sustento do dia-a-dia. Se tiverem de pagar uma parte dos medicamentos, ficam sem dinheiro para comer.
Ir buscar os medicamentos à farmácia da rua? Nem pensar. Em pouco tempo se saberá que tipo de medicamentos eles levantam e de certeza que irá dar problemas com os vizinhos. Se isso for assim preferem não ir buscar a medicação. Morrem é certo, mas ninguém saberá da sua vida.
Não pensar nisso é a melhor política, pois não há alternativa a esta solução…
É melhor não tomar a medicação, a ficar exposto à discriminação, só porque alguém na política acha que ficamos caros ao estado, em medicamentos, esperem para ver quando começarmos a ficar internados meses seguidos…
Não pensar no que vai acontecer no futuro é a prática neste país, só se pensa a curto prazo.
Contrariamente a Descartes, nós dizemos: “ não pensamos logo não existimos”.
Será que só iremos começar a pensar e a actuar quando como em Moçambique, quatro em cada cinco mulheres estiverem infectadas pelo VIH?
“É melhor não pensar nisso, depois logo se vê”- solução portuguesa para muitas coisas. Não pensar…
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Dia Mundial de Luta Contra a SIDA
Hoje, dia 1 de Dezembro, que em Portugal se cocmemora o dia da Restauração, de 1640, é também o dia em que em todo o Mundo se comemora o dia Mundia de Luta Conta a SIDA.
Mais de um dia de Luta contra a Sida deve, este dia, ser de memória para com todos os que já morreram, mas mais de que isso deve ser o de SOLIDARIEDADE e APOIO para com TODOSOS QUE ESTÃO INFECTADOS E AFECTADOS por esta pandemia.
Hoje, só ´por hoje, tenham uma lembrança por todos aqueles e aquelas já faleceram infectados e afectados por esta pandemia: os nossos filhos, os filhos dos outos, os nossos pais, os pais dos outros, o meu marido, o marido das outras, a minha esposa, a esposa dos outros, os tios, as tias, os avós, etc.
Façamos dete dia um dia de reflexão também por todos aqueles que vivendo noutros países e continentes, como África, em que não têm acesso aos medicamentos.
Neste dia em que todos as entidades nacionais, mundias e autárquicas comemoram o dia apelando a um minuto de silêncio, ou apelo a que se faça dois minutos de barulho contra todo o silêncio que se tem posto em relação a esta pandemia (fazer de conta que não é nada connosco), pois só ao fazer barulho todos se apercebam de quantos somos os que estamos infectados e afectados por esta doença.
sábado, novembro 18, 2006
Terapias
Nada de novo em terapias. Novas experiências com terapias já utilizadas, por vezes utilização abusiva de 4 e 5 medicamentos, comparando com o efeito de 3 mesmo quando se sabe que 3 é o ideal. Quatro só quando se necessita de fazer uma potenciar uma droga e baixar a sua quantidade (booster). Enfim muita coisa para ler e depois comunicar. Foi bom e engraçado.
Os escoceses são mais simpáticos que os ingleses (eles, os escoceses, dizem que é por andar no ar os eflúvios das fábricas de uisque).
sexta-feira, novembro 10, 2006
Até para a semna...
quarta-feira, novembro 08, 2006
O meu eu, sempre o meu eu...
mais uma vez a RTP agarrou na grande publicista que é a MM da abraço e levou-a na hora do almoço (será boa hora?) para falar das "guerras" com o Minsitro da Saúde e com o Coordenador da CNSida. Dinheiro. Não temos dinheiro para finaciar os nossos projectos.
Será que alguma vez se irá preocupar com o que as pessoas estão a sofrer por serem VIH+? Esta aparição foi mais uma achega ao que o Ministro da Saúde diz serem as prioridades do seu ministério que é reduzir despesas, logo começa pelos apoios às ONG. Poderá dessa forma transportar o dinheiro que se deve dar para esses projectos em melhorias dos serviços de apoio. Mas este dinheiro não sai dos bolsos dos contribuintes outrossim do jogo do Joker do Totoloto. É isso sim, um belo e magnífico "saco azul", para o Ministério da Saúde que com essa verba poderá fazer mirabolanças e propagandear-se de muitas coisas que deveria ter feito e nada fez.
Se o ministro não tem razão esta senhora, que se diz representa a Abraço, deixou de a ter quando reclama publicamente só por questões de dinheiro e não por questões de apoios sociais aos portadores de VIH e suas famílias.
Que fizeram durante estes anos (existem desde 1993) com todo o dinheiro que receberam (tanto do Minitsério como da população em geral)? Nada se sabe publicamente e sempre vemos apelar ao público para que dê mais um pouco...
terça-feira, novembro 07, 2006
VIH/SIDA no contexto laboral
A inclusão das pessoas portadoras no mundo laboral
O enquadramento jurídico dos cidadãos portugueses está contemplada na Constituição Portuguesa inserido no Artigo 12º, nº1 , Princípio da Universalidade, que, passo a citar: “Todos os cidadãos gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres consignados na Constituição” e no Artigo 13º (Princípio da Igualdade) “Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual”. Devemos todos nós ter o que se encontra consagrado no Artigo 25º (Direito à integridade pessoal) sendo que qualquer coação moral ou física sobre o trabalhador infectado com o vírus da SIDA viola claramente esta disposição constitucional.
O Código de Trabalho, aprovado em Assembleia da república através da Lei nº 99/2003, de 27 de Agosto, no Artigo 16º, consagra que “ O empregador e o trabalhador devem respeitar os direito da personalidade da contraparte, cabendo-lhes designadamente, guardar reserva quanto intimidade da vida privada”. O empregador não pode exigir ao candidato a emprego que preste informações relativas à sua vida privada ou à sua saúde, salvo quando particularidades exigências inerentes à natureza da actividade profissional assim o justifiquem e sejam fornecidas por escrito a respectiva fundamentação. Estas informações podem ser prestadas a médico, que só pode comunicar ao empregador se o trabalhador está ou não apto a desempenhar a actividade, salvo autorização escrita deste Artigo 19º).
Mesmo existindo no Artigo 22º, o Direito à Igualdade no Acesso ao Emprego e ao Trabalho, todos nós sabemos as formas diversificadas e os contornos a este Artigo, no nosso dia-a-dia, quer seja através da informação de que necessitará de fazer testes médicos e análises clínicas e que se o candidato a emprego se recusar fazê-las lhe é dito “então não iremos ter em conta a sua candidatura”. Outra situação é a da fazer as análises clínicas sem informar o trabalhador de quais são e se o permite, levando a que aquando do recebimento dos resultados clínicos, se estes forem positivo para o VIH, começa uma alteração comportamental da parte empregadora, para além de que não dão conhecimento ao trabalhador do seu estado clínico, de forma a este recorrer à Serviço Hospitalares da sua área de maneira a que tenha um acompanhamento médico, desde a primeira hora de conhecimento da sua patologia.
No entanto os parceiros da plataforma laboral, constituída pela CNLCS, onde não se encontrava incluído nenhum membro da comunidade, leia-se pessoa portadora de VIH/SIDA, entenderam pronunciar-se no seu Manifesto Laboral Contra a Sida, ponto 5º, sobre o Artigo 369º (Justa Causa de Despedimento), que “ os trabalhadores com VIH devem continuar inseridos no trabalho tanto quanto o permite, do ponto de vista clínico, a evolução da infecção. Tal como acontece com outras doenças não pode, dentro dos limites legais, constituir a infecção pelo VIH motivo de despedimento”.
Para além da Constituição Portuguesa, do Código de Trabalho, o Código Civil, o Código do Procedimento Administrativo, o Código da Publicidade, a Lei de protecção de Dados Pessoais, o Código Penal, as Directivas do Conselho da União Europeia, a Organização Internacional do Trabalho também valorizam a protecção dos indivíduos contra qualquer ofensa ilícita ou ameaça de ofensa à sua personalidade física ou moral.
No entanto diariamente chegam-nos pedidos de apoio jurídico por procedimentos que vão contra estes códigos.
Embora sejamos muito profícuos na publicitação de leis, estas têm uma enorme dificuldade de se imporem na sociedade e contrariarem todo um conjunto de preconceitos e pré conceitos sobre esta problemática de saúde.
domingo, novembro 05, 2006
Agradecimento
A todos quantos têm tido a curiosidade de aqui vir e divulgá-lo, o meu profundo agradecimento. é necessário que se fale e se dê oportunidade para esclarecer e dar alento a quem pensa que o ter um teste positivo para VIH é o fim de tudo.
É sim o fim de um ciclo e, poder-se-á tornar o início de uma nova vida, se se quiser fazer algo em prole de si mesmo e dos outros, ajudando, cuidando e apoiando os que mais necessitam, nesta caminhada que é a vida.
sexta-feira, outubro 27, 2006
Cá vamos cantando e rindo...
Como se nada acontecesse contiua-se a viver o dia a dia com VIH, como se este não existisse. Muito embora o número de casos de óbitos SIDA (declarados) tenha diminuído, continuamos a vera muitas pessoas com doença e em tratamentos de ambulatório, fazendo quimio terapias para algum problema (CMV?).
Hoje o maior número já não são os homossexuais e os toxicodependentes, mas antes todos os que até aqui se julgavam imunes, por força da informação passada no jornais e TV: hetrossexuais. Com isto significa que muitas mulheres tambám passaram a fazer parte deste número e contrariamente ao que se pensa, muitas não são jovens, mas mulheres com 60, 70 anos e mais, que nem sabem com lhes caíu em cima uma coisa destas, pois só mantinham relações com os seus "extremados esposos".
É assim que o VIH e mais tarde a SIDA, se instala numa sociedade que não dá atenção aos seus cidadãos mais necessitados e os trata com indiferença e os discrimina.
quinta-feira, outubro 26, 2006
E a vida continuará?
Hoje fui ao Hospital buscar os meus medicamentos antiretrovirais, para o próximo mês e falei com a farmacêutica do ambulatório, sobre as novas "normas" para distribuição dos medicamentos nas farmácias oficinas (farmácias de rua).
Os outros portadores de VIH (com quem tem conversado) já falam que se tiverem de ir à farmácia do bairro, não vão, pois não estão dispostos a serem "olhados de lado". A Lisboa vêm portadores de VIH de todos os lados: de Lisboa, de Coimbra, de Faro, de Évora, de Beja, dos Açores e da Madeira.
Esta teimosia do Ministro da Saúde vai sair cara a todos nós, pois se os portadores de VIH deixarem de tomar a medicação correctamente e a tempo, ou deixarem de a tomar na totalidade, existirá muitos casos de morte e muitos casos de novas infecções que se consideram de Atentado à Saúde Pública.
Mas será só teimosia ou uma nova forma de discriminação em que só os que tiverem capacidade económica poderão ter acesso às terapias antiretrovirais? Baixa-se a despesa da saúde acabando com os doentes, como se fez na 2ª Guerra Mundial. A isto chama-se EUGENISMO.
A nossa falta de hábito de trabalhar comunitáriamnete e não só pensando em si próprio, irá conduzir a que este Ministro e Governo, façam com que em Portugal o número de portadores de VIH, baixe através da sua morte.
Hà necessidade que os que vão sentir esta situação façam abaixo assinados para o Ministro da Saúde e Assembeia da República sobre esta nova eugenização, de forma a que o Ministro da Saúde se contenha na sua luta economicista.
quarta-feira, outubro 25, 2006
A vida tal como ela é
Vihver é um local para se falar desta questão do vih e de que forma este vírus nos afectou a todos, directamente ou indirectamente, pois nenhuma sociedade ficou imune a esta doença. Todos nós que somos infectados ou afectados por esta doença temos de ter o sentido de que, muito embora hoje pareça que não mata ninguém, todos os dias morrem pessoas devido ao VIH, através de infecções oportunistas como infecções pulmonares (tuberculose, pneumonia, etc) ou por um outro vírus como o citomegalovírus.
Crê-se que hoje existem mais pessoas infectadas com o VIH, em Portugal, de que há vinte anos atrás, quando esta pandemia começou a dispersar-se.
Isto é o resultado da inexistência de uma política suprapartidária, nacional, consciente, não moralista nem moralizante e, bem definida de combate ao VIH, através de campanhas de informação, dirigidas a todos os cidadãos e cidadãs, que se rião iniciar, que se iniciam, já têm ou recomeçam uma vida sexual activa.
Nunca houve da parte dos principais partidos que têm feito sucessivos governos, PSD e PS, qualquer esforço para além do apoio no que concerna à medicação.
Mas a prevenção/informação, consciente, pode e produz cidadãos com conhecimento para se prevenirem de infecções sexualmente transmissíveis.
Hoje já existem muitos que para além de serem portadores de VIH, têm outras infecções associadas, como a sífilis, herpes genital, hepatite B e C, etc.
Aqui se pretende dar voz a quem não tem, longe das ong e que a elas não recorrem com medo de se exporem publicamente. É para todos aqueles que querem ajudar a mudar a actual situação em que o Ministro da Saúde(MS), pretende que se pague 10€, no levantamento dos medicamento, em que o MS cedeu às pressões da Associação Nacional de Farmácias (ANF), para estes distribuirem os antiretrovirais e com isso, as farmácias, arrecadarem de todos nós (contribuintes pagantes) cerca de 30% a mais no valor base do medicamento, acrescido de 5% para a empresa distribuidora dos mesmos, elevando assim o preço final para todos os portugueses pagarem o que até aqui tem sido distribuído sem margens de lucro e, com grande eficácia, pelos Hospitais.
Há que ter em conta que a indústri farmacêutica, que produz este medicamentos, teve de baixar em 6% o valor dos mesmo (imposição ministerial e governamental).
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